Visão Espírita Família Richthofen

Diz o Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo VI – Espíritas: amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instrui-vos, eis o segundo. Todas as verdades se encontram no Cristianismo; os erros que nele se enraizaram são de origem humana.

Nascida, podemos dizer, em berço de ouro, a filha tinha tudo para ser feliz dentro dos padrões clássicos da sociedade atual: grau de instrução até nível superior, conhecimento de três idiomas, carro para passear, mesada, liberdade de ser.

Esta afinidade pode ser levada ao extremo, quando associada a outras variáveis: uso de drogas, poder dos traficantes, liberdade de ser contrariada, vaidade, falta da verdadeira educação, segundo os padrões da ética, da cidadania, da fraternidade e dos verdadeiros laços de família.

Família Richthofen A estes mínimos detalhes devem estar ligados

os pais para correção dos desvios de caráter dos filhos, pois a eles compete a missão e mais do que isso, o dever de realizar todos os esforços para conduzí-los ao bem.

Na formação cultural e social dos filhos os pais devem agir como verdadeiros economistas, pois a aquisição dos bens morais de cada um assemelha-se ao jogo econômico das exportações e importações.

Quem não tem condições de produzir, paga pelas importações: professores, escolas, conforto, burilamento dos filhos, aptos para os trabalhos, tudo para causar boa impressão ao grupo social.

muito comuns aos padrões de vida consumista, utilitarista e individualista da vida social atual, transformam os membros do grupo familiar em autômatos de uma produção seriada, cada um cumprindo seu papel na linha de montagem, esquecidos dos valores espirituais que amalgam pais e filhos no cadinho do lar.

Aprender a produzir e praticar o bem, o carinho, a fraternidade, o amor ao próximo, a boa convivência, o respeito às leis de justiça, amor e caridade, são frutos produzidos no lar, no aconchego ao redor da mesa num almoço ou num jantar, nos diálogos construtivos ou conciliatórios, olhar nos olhos, perguntar sem impor, amar sem exigir respostas, seja no alisar os cabelos, num apertar de mão, num abraço, num olá, simplesmente.

Kardec na questão 685, falando da necessidade do trabalho e do repouso comentou que a ciência econômica procura o remédio no equilíbrio entre a produção e o consumo, mas esse equilíbrio, supondo-se que seja possível, sofrerá sempre intermitências e durante essas fases o trabalhador tem necessidade de viver.

Não a educação intelectual, mas a moral, e nem ainda a educação moral pelos livros, mas a que consiste na arte de formar os caracteres, aquela que cria os hábitos, porque educação é conjunto de hábitos adquiridos.

Até que ponto os pais da estudante de Direito e dos irmãos criminosos foram

capazes de perceber o desalinho espiritual dos filhos, ínsito nos conceitos educação e instrução?

Outros argumentam, talvez vendo a suavidade da beleza feminina num rosto de aparência angelical que foram os irmãos a má companhia que desviaram a mocinha para o vício e o crime.

O início do fio da meada ainda está coberto para todos nós, simples mortais da sociedade encarnada, mas nas linhas da vida de cada um deles já se sabe quem deu o primeiro passo neste conluio que matou o casal Richthofen.

A mãe provavelmente não percebeu os pequenos deslizes comportamentais da filha, talvez por ser uma psiquiatra, talvez por ser uma psiquiatra da linha freudiana, que não valoriza a existência da alma como a junguiana, pois do contrário

teria percebido as pequenas nuanças que um espírito rebelde não consegue esconder nas estrelinhas do seu dia-a-dia. Sao os pequenos desvios imperceptíveis às regras, esquadros e compassos da vida humana, que começa além, muito além, do papel e tinta que pai ou mãe projetam e escrevem a própria história e a dos filhos, ligando os laços da família material aos da família espiritual.

Família Richthofen – Visão Espírita