Caminhávamos, alguns amigos, admirando a paisagem do Wilshire Boulevard,
MARILYM MONROE RELATA COMO FOI RECEBIDA NO MUNDO ESPIRITUAL? Chico Xavier e Haroldo Dutra Dias
em Hollywood, quando fizemos parada, ante a serenidade do “Memoriam Park Cemetery”, entre o nosso caminho e os jardins de Glendon Avenue.
formosa mansão dos mortos mostrava grande movimentação de Espíritos libertos da experiência física,
e entramos.
MARILYM MONROE RELATA
Entre as árvores que a primavera pintara de verde novo, numerosas entidades iam e vinham, muitas delas escoradas umas nas outras, à feição de convalescentes, sustentadas por enfermeiros em pátio de hospital agradável e extenso.
Numa esquina que se alteava com o terreno, duas laranjeiras ornamentais guardavam o acesso para o interior de pequena construção que hospeda as cinzas de muitas personalidades que demandaram o Além, sob o apreço do mundo.
Estão aqui os restos de Marilyn, a estrela do cinema,
cuja história chegou até mesmo ao conhecimento de nós outros, os desencarnados de longo tempo no Mundo Espiritual?
O amigo indicou frondoso olmo chinês, cuja galharia compõe esmeraldino refúgio no largo recinto, e falou:
poucos passos de nós, uma jovem desencarnada, mas ainda evidentemente enferma, repousava a cabeça loura no colo de simpática senhora que a tutelava.
A sua vida influenciou muitas vidas e estimaríamos receber ainda que fosse um pequeno recado de sua parte para aqueles que lhe admiram os filmes e que lhe recordam no mundo a presença marcante …
Isso dá popularidade e a popularidade é um trapézio
no qual raras criaturas conseguem dar espetáculos de grandeza moral, incessantemente, no circo do cotidiano.
Concorrendo sem qualquer obstáculo ao trabalho do homem, a mulher, de modo geral, se julga com direito a qualquer tipo de experiência e, com isso, na maioria das vezes, compromete as bases da vida.
Pode ser comparado à porta da vida terrestre, canal de renascimento e renovação, capaz de ser guiado para a luz ou para as trevas, conforme o rumo que se lhe dê.
no entanto, proponho-me a afirmar que o sexo
é uma espécie de caminho sublime para a manifestação do amor criativo, no campo das formas físicas e na esfera das obras espirituais, e, se não for respeitado por uma sensata administração dos valores de que se constitui, vem a ser naturalmente tumultuado pelas inteligências animalizadas que ainda se encontram nos níveis mais baixos da evolução.
Miss Monroe
– considerei, encantado, em lhe ouvir os conceitos
-, devo asseverar-lhe, não sem profunda estima por sua pessoa, que o suicídio não lhe alterou a lucidez.
– Os vivos falam acerca dos mortos o que lhes vem à cabeça, sem que os mortos lhes possam dar a resposta devida, ignorando que eles mesmos, os vivos, se encontrarão, mais tarde, diante desse mesmo problema…
A desencarnação me alcançou através de tremendo processo obsessivo.
Depois de noites horríveis,
nas quais me sentia desvairar, por falta de orientação e de fé, ingeri, quase semi-inconsciente, os elementos mortíferos que me expulsaram do corpo, na suposição de que tomava uma simples dose de pílulas mensageiras do sono…
Quando minha governanta bateu à porta do quarto, inquieta
ao ver a luz acesa, acordei às súbitas da sonolência
a que me confiara, sentindo-me duas pessoas a um só tempo…
Gritei apavorada, sem saber, de imediato, identificar-me,
porque lograva mover-me e falar, ao lado daquela
outra forma, a vestimenta carnal que eu largara…
Ser-lhe-á possível explicar-nos porque terá experimentado
essa agudeza de percepção, justamente no instante
em que a morte, de modo comum, traz anestesia e repouso?
Ultimamente fui informada por amigos daqui de que não
me foi possível descansar, após a desencarnação,
enquanto não me desvencilhei da influência perniciosa
de Espíritos vampirizadores a cujos propósitos eu aderira,
por falta de discernimento quanto às leis que regem o equilíbrio da alma.