Essa é uma forma equivocada de enfatizar essa ideia. Ao formar essa frase ou pergunta, generalizamos enfaticamente uma ideia errada.
Sabemos que ao partir desse mundo o espírito leva consigo sua bagagem moral; assim como diz Kaderc em “O livro dos espíritos”; ao chegar ao mundo espiritual, o espírito passa por um período mais ou menos longo na adaptação.
Esse tempo não tem uma regra definida e portanto, pode ser que em alguns casos a adaptação aconteça rapidamente, mas, na grande maioria, levando em consideração a baixa evolução que ainda nos encontramos, esse tempo pode ser postergado e em muito casos, o espírito passa por semanas, meses ou até décadas na sonolência da infância nesse novo mundo.
Mesmo quando o espírito esteja em um grau mais alto da evolução, nem sempre a ele é permitido voltar ao lar onde viveu, ou ao aconchego das pessoas que a ele são caras, mas, isso não impede nem a ele e nem aos que ficaram criar um “elo” em pensamentos junto a esse que se foi; esse “elo” é tão comum que em muitos casos surge à
obsessão inversa, que é a influência perniciosa do encarnado junto ao desencarnado, elo esse, que acaba por criar teias que não permitem ao espírito prosseguir sua caminhada, pois, fica agarrados a esses sentimento mesquinho que muito influem aos seus entes querido que alçaram seu voo rumo a pátria espiritual.
Conquanto, saliento nesse texto a importância do desapego aos sentimentos de perda, de revolta, de não aceitação como se Deus fosse um menino malvado que lhe roubou o brinquedo, nascer, crescer, viver e morrer, eis a lei do Criador; até mesmo os gêmeos que se formam juntos no útero materno hão de ir embora em dias diferentes, com exceções de pouquíssimos casos.
Lamentar a sabedoria divina é alimentar um “egoísmo” extremo.
Após esse período de adaptação, depois de um certo tempo quando esse espírito já entendeu o seu estado etéreo e que se permitido visitar seu lar poderá encontrar coisas que não o agradaria e mesmo assim está disposto fazer o retorno, a ele é concedido um tempo de vinda e volta e para que se cumpra esse tempo, ele nunca vem só, sempre na companhia de alguns guias ou mentores que a ele dispensou seus préstimos desde a sua chegada ao mundo dos espíritos.
Nesse caso, ele vem ter com os seus afins e quando isso acontece, é possível que os familiares sintam a sua presença através dos fluidos dele expelidos, tais como, vibrações da epiderme (arrepios), cheiro do perfume que ele usava e em alguns casos dependendo da sensibilidade de alguns membros dos afins, até pode ser que o vejam, ou que percebam vultos dando a entender que é ele que está no ambiente doméstico.
Para que um espírito familiar possa estar sempre presente juntos aos que ficaram na carne, precisa-se de muitos méritos; nesse caso, se o espírito tenha sido enquanto encarnado uma pessoa desmaterializada, ou seja, que viveu cumprindo o que o Cristo nos ensinou, que tenha ele em vida conquistado bônus-hora suficiente a fim de coloca-los em prática após o seu retorno, mas, nem sempre esses bônus-horas dá a ele o direito de trabalhar junto aos que
ficaram, pode ser que, para isso, ele precise dedicar por algum tempo o seu trabalho na colônia onde ele foi socorrido e somente depois, que receberá autorização do trabalho juntos aos familiares.
Esse caso é muito bem explicado na obra literária “Nosso Lar” pelo espírito de André Luís.
Então, voltando à frase inicial, é equivocada a ideia de que espíritos familiares possam estar sempre ao lado dos que ficaram.
Esse elo, só se dá através da prece edificante, do pensamento de saudade e o entendimento dos que ficaram que havia chegado a hora de ele partir na sua viagem de volta para casa!
José Rodrigues
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