Alguns espíritos se arrependem do que fizeram na Terra quando chegam ao plano espiritual. Será que isso não tem nenhum valor?

O arrependimento precisa ocorrer aqui na Terra…. no mundo espiritual é muito fácil se arrepender, vendo a verdade das coisas e a miséria de nossa condição.

No plano espiritual não adianta se arrepender… vamos explicar isso:

Imagine o aluno que fez uma prova.

Ele não tinha certeza de qual era a resposta para as questões apresentadas no exame. Então ele respondeu o que acreditava serem as respostas e entregou a prova ao professor.

Saindo da prova, ele foi conferir as respostas em seu livro. Após conferir, viu que tinha errado duas respostas… e se arrependeu do que escreveu no exame.

Voltou então a sala de aula e falou com o professor. Disse que havia se arrependido de sua resposta a duas questões da prova e perguntou se poderia modificá-las.

Qual deve ser a postura óbvia do professor a esse pedido do aluno?

Claro que o professor dirá que não… que ele não pode se arrepender agora e nem modificar as respostas, pois ele já saiu da sala, já entregou a prova e lá fora já teve acesso a livros e as respostas corretas. Por isso, o que vale de verdade são as respostas que ele colocou durante a realização da prova.

O mesmo ocorre com os espíritos.

Os espíritos nascem na matéria e iniciam a sua prova.

Nessa prova da vida, eles precisam “dar as respostas”, ou seja, fazer as escolhas sobre como agir, como se relacionar com outros, que decisões tomar sobre trabalho, sobre dinheiro, sobre espiritualidade, sobre como lidar com a doença, as emoções, as perdas, os prazeres da vida, a fama, a riqueza e a pobreza etc.

Eles não têm certeza qual é a resposta correta… e isso os obriga a buscar a resposta dentro deles mesmos. Como não sabem qual a escolha correta a fazer… as escolhas que eles fazem reflete muito mais o que eles têm dentro deles mesmos… e o quanto eles já aprenderam e já se purificaram.

Caso os espíritos soubessem quais as escolhas certas, eles as tomariam mesmo que não concordassem com elas. Mas até mesmo isso é relativo, pois na Terra centenas de milhões de espíritos já sabem a resposta correta, que é, por exemplo, seguir o exemplo de Jesus, e mesmo reconhecendo o guia e modelo que Jesus representa, mesmo assim não conseguem praticar seus ensinamentos e seguir seus passos.

Como fazer então para não dar as respostas erradas na prova da vida?

Obviamente seguindo os ensinamentos de Jesus e de outros grandes mestres da humanidade.

Claro que isso é complexo e difícil de resumir, mas em linhas gerais, podemos dar alguns exemplos: onde existir ódio, leve o amor, como nos ensinou São Francisco de Assis.

Quando você passar por uma situação muito caótica, confusa e difícil, viva tudo isso em paz. Se você vive em paz, você passa na prova. Se vive essa situação na revolta, no ódio, na mágoa, você não está passando na prova. Se você cometeu um erro com alguém, não se culpe por isso.

Caso a pessoa fique presa na culpa, ela não está passando na prova… se a pessoa perdoa a si mesma e não fica mais presa na culpa, ela passou na prova da vida.

Quando uma pessoa nos ofende, e nos sentimos ofendidos, não passamos na prova. Mas se alguém nos ofende e simplesmente não damos importância a ofensa, não levando aquilo para o lado pessoal e não permitindo que aquelas palavras nos afetem, damos a “resposta correta” nesse quesito da prova da vida.

Quando vivemos uma doença grave e ficamos com raiva de nossa condição, não estamos passando na prova. Mas aquele que vive a doença e entrega tudo a Deus, entrega a doença a Deus e diz “seja feita a vontade de Deus”, esse passa na prova da existência relacionada a enfermidades físicas e psíquicas.

Em todas essas situações, não só ele passa na prova, como ganha um presente da vida, que é o alívio do sofrimento interior… o alívio das preocupações, o alívio das cargas que carregamos etc.

Dessa forma, as “respostas da prova” já nos foram passadas, mas como ainda não as vivenciamos, nossa mente ainda fica duvidando e pensando qual rumo tomar.

Por isso, na maioria das vezes, falhamos na prova da vida e precisamos recomeçar tudo de novo em nova existência material.

Aqui sempre vale a máxima… todos somos livres para escolher o que plantar, mas obrigados a colher o que semeamos.

(Hugo Lapa)
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