coração que se contamina com a inveja vai se tornando amargo, inconformado, revoltado com o que não possui, o que leva à frustração, travando uma competição paranóica com o outro, a ponto de chegar a odiar e até desejar o mal ao invejado.
Infelizmente, este estado de consciência leva o indivíduo à depressão, ao desânimo, a perder o sentido da vida, que passa a ser vista somente pelo ângulo daquilo que não se tem, de modo que o invejoso é um eterno descontente com tudo e com todos.
ser em posse da inveja vive desconfiado, como se estivesse numa espécie de estimulante ou droga que penetra a consciência, mesmo que venhamos a imitar o desenvolvimento ou a capacidade do outro, porque achamos positivo, caímos na essência da mesma que é a comparação, e a cada ato de comparação nos afastamos ou aniquilamos a nossa própria realidade, destruindo tudo aquilo que tínhamos formado a nosso respeito.
A raiz da inveja é a vanglória, e seus frutos são a maledicência, que consiste em falar mal dos outros e difamar a vida alheia, e a insatisfação constante, pois o invejoso acha que a felicidade está sempre “na casa do vizinho” e é, assim, incapaz de se satisfazer com aquilo que tem.
Ele sabia que tinham entregado Jesus por inveja
Veja:
Como desconectar a energia do outro
O evangelista São Mateus deixa claro: “Pilatos dirigiu-se ao povo reunido: “Qual quereis que eu vos solte: Barrabás ou Jesus, que se chama Cristo?” Ele sabia que tinham entregado Jesus por inveja” (Mateus 27, 18).
Santo Agostinho fala sobre a gravidade da inveja: “Terrível mal da alma, vírus da mente e fulminante corrosivo do coração, é invejar os dons de Deus que o irmão possui, sentir-se desafortunado por causa da fortuna dos outros, atormentar-se com o êxito dos demais, cometer um crime no segredo do coração, entregando o espírito e os sentidos à tortura da ansiedade;
Essa embriaguez da inveja consiste justamente na incapacidade de perceber que este sentimento nos leva a uma vida infeliz, solitária e amarga, por mais que tenhamos nunca teremos tudo, ou seja, sempre haverá algo a que invejar.
Pessoa que mais sente a inveja
O psicólogo Alfred Adler diz que “A mais grave contradição é que a pessoa que mais sente a inveja é justamente aquele tipo de personalidade que mais poderia desfrutar o prazer ou sucesso pessoal, deslocando sua fonte de satisfação e crescimento para o inferno de ter de observar ou medir o que o outro obteve primeiro.
Segundo o psiquiatra suíço, Carl Gustav Jung (1875-1961), todas as faces escuras, ameaçadoras e indesejáveis da personalidade são chamadas de sombra: “Reconhecer e aceitar seu lado sombrio é o primeiro passo para ter equilíbrio emocional e melhorar a qualidade de todas as relações.
A sombra faz parte de nosso inconsciente e, se não for encarada, dominará todas as ações, nos rouba a tranquilidade para aceitar os ciclos da vida, nos tira a beleza, o ânimo e, o pior de tudo, a capacidade de amar, que é justamente o mais iluminado dos sentimentos”.
Isto se agrava pela hipocrisia social e pelo fato das pessoas a cada dia estarem mais treinadas na arte da dissimulação ou disfarce de sua real condição”.
Quando ele comenta sobre o “fraco”, “escravo” ou “doente”, antes de estes indivíduos serem só ressentidos, são
invejosos, corroídos com um tacão no peito, que o sangra dia após noite: a inveja.
Região do cérebro que controla o sentimento de inveja.
Uma equipe de cientistas japoneses conseguiu identificar a região do cérebro que controla o sentimento de inveja.
“A inveja pode levar uma pessoa a praticar um ato destrutivo e até criminoso, para conseguir o que deseja”,
disse Hidehiko Takahashi, 37 anos, pesquisador-chefe do Departamento de Neuroimagem Molecular do Instituto Nacional
de Ciência Radiológica.
Explicou Takahashi: “Antes de monitorarmos as atividades cerebrais, pedíamos aos participantes para se imaginarem
integralmente nas situações descritas, como se fossem reais e estivessem acontecendo com eles”.
Disse Takahashi que as pessoas eram induzidas a imaginar um cenário que envolvia outras três personagens, duas delas
seriam hipoteticamente mais capazes e inteligentes do que os voluntários da pesquisa.
“Pessoas muito invejosas tendem a ter uma grande atividade nessa região do cérebro, que é responsável pela dor física e
também é associada à dor mental”, contou o pesquisador.
A felicidade depende das qualidades próprias
A felicidade depende das qualidades próprias do indivíduo e não do estado material do meio em que se acha” –
Emmanuel Invejar não é apenas desejar para si o que o outro tem ou é, a isso chamamos cobiça.
Com uma sociedade que é cada vez mais materialista e competitiva, voltada para fora, para a aparência e satisfação dos
sentidos, cria-se a idéia de que a posse e o holofote é o ideal de todos.
Tal como uma criatura ferida, reage por instinto, destilando o veneno da maledicência e do desprezo, que usa para
esconder a raiva que sente, a insegurança em que vive e a inferioridade que o martiriza.
Pela primeira vez, uma pesquisa científica mostra onde ela e o shadenfreude – palavra alemã que dá nome ao sentimento
de prazer que o invejoso experimenta ao presenciar o infortúnio do invejado – são processados na mente humana.
De autoria do neurocientista japonês Hidehiko Takahashi, do Instituto Nacional de Ciência Radiológica, em Tóquio, o
estudo “Quando a sua Conquista É a minha Dor e a sua Dor É a minha Conquista: Correlações Neurais da Inveja e
do Shadenfreude” foi publicado recentemente pela prestigiada revista cientifica americana Science.
Por meio de ressonância magnética realizada em 19 voluntários (dez homens e nove mulheres), na faixa etária dos 20
anos, foi possível identificar onde os sentimentos são processados no cérebro.
Dessa comparação nasce a inveja,
especialmente quando as pessoas são muito parecidas.
Ou seja, é mais comum uma mulher se incomodar com outra, da mesma faixa etária e profissão, do que com alguém com
características totalmente diferentes.
“Se o impulso destrutivo for muito forte, o invejoso passa a viver a vida do outro e isso pode ser danoso tanto para ele
Mau Olhado | Como se proteger da inveja
quanto para o invejado.”
Toda falha moral vem revestida de uma profunda ignorância, o que devemos fazer é uma investigação sobre nós mesmos,
buscando a corrigenda e o entendimento, pois, não somos perfeitos, erramos, mas caminhamos sempre para uma
condição melhor de espíritos, onde com as experiências vivenciadas no dia a dia, vamos nos tornando melhores e mais
distantes destes defeitos.
Quem assim vive atrai para si sofrimento, o primeiro passo para sair desta triste situação, é vencer o negativismo, a
preguiça mental e buscar ser merecedor, reformando-se moralmente.