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O SOFRIMENTO DAS MULHERES IDOSAS EM GANA QUE SÃO ACUSADAS DE BRUXARIA E FORÇADAS A VIVER EM CAMPOS ISOLADOS

O SOFRIMENTO DAS MULHERES IDOSAS EM GANA QUE SÃO ACUSADAS DE BRUXARIA E FORÇADAS A VIVER EM CAMPOS ISOLADOS

Centenas de mulheres em Gana vivem com medo e miséria depois de serem rotuladas como bruxas e banidas de suas comunidades. Essas mulheres, na maioria viúvas e idosas, são acusadas de causar infortúnios como mortes, doenças e secas usando magia negra.

Elas são frequentemente espancadas, torturadas ou até mesmo mortas por multidões enfurecidas que acreditam que elas são malignas.

As acusações de bruxaria em Gana são influenciadas por vários fatores sociais, econômicos, políticos e religiosos. Alguns dos motivos comuns para as suspeitas de bruxaria incluem: conflitos de propriedade e herança, disfunção ou rivalidade sexual, brigas familiares, discórdia conjugal, padrastos, rivalidades entre irmãos e política local1. Comportamentos comumente associados a acusações de bruxaria incluem violência, maus-tratos, abuso, infanticídio e abandono de crianças.


As mulheres acusadas de bruxaria são frequentemente marginalizadas ou excluídas de suas comunidades.

Para escapar desse destino, algumas dessas mulheres fogem para os chamados campos de bruxas, onde encontram refúgio e proteção de líderes locais que podem purificá-las de seus supostos poderes.

Existem seis desses campos no norte de Gana, onde a crença em bruxaria está profundamente enraizada na cultura e na história. Os campos são assentamentos simples de cabanas de palha sem eletricidade ou água corrente. As mulheres têm que caminhar por quilômetros para buscar água de um rio, e sobrevivem vendendo amendoins, lenha ou trabalhando em fazendas próximas.

As condições nos campos são duras e degradantes, mas as mulheres preferem suportá-las do que arriscar suas vidas voltando para suas aldeias. Algumas delas vivem nos campos há décadas, e perderam o contato com suas famílias e amigos. Elas são estigmatizadas e isoladas, e têm pouca esperança de serem reintegradas na sociedade.

Algumas instituições de caridade e ativistas estão tentando ajudar essas mulheres, fornecendo-lhes necessidades básicas, educação e habilidades. Eles também pretendem conscientizar e desafiar as crenças que alimentam as acusações de bruxaria. Eles esperam acabar com a prática de banir as mulheres para os campos, e promover seus direitos humanos e dignidade.