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Uma nova jornada para nossa terra

Uma nova jornada para nossa terra

Esta nossa terra é um mundo de provas e expiações.

Nestes tempos ouvimos muito falar que estamos em um momento de transição planetária, quando então o planeta deixará a condição de terra de provas e expiações passando para um mundo de regeneração.

“A provação é a luta que ensina ao discípulo rebelde e preguiçoso a estrada do trabalho e da edificação espiritual. A expiação é a pena imposta ao malfeitor que comete um crime.” ¹

A vida é eterna, a morte não existe.

Ela é apenas uma passagem, uma porta por onde o espírito passará para o plano espiritual. Ali, ele vai se preparar para uma nova jornada em um corpo material.

E, dessa forma, continuar na busca pela evolução moral e intelectual.

A grande imperfeição moral marca o mundo de provas e expiações.

Ao longo da história da Humanidade notamos, sem dúvida, que o nosso avanço intelectual é extraordinário. Somos capazes de enviar sondas a inimagináveis distâncias, perscrutando os sinais do Universo.

E com a mesma facilidade penetramos na intimidade da matéria, compreendendo o poder das partículas subatômicas.

Onde lançarmos o nosso olhar, veremos os avanços tecnológicos dignos dos mais imaginativos filmes de ficção científica. E, como explica Santo Agostinho no Capítulo 3 de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”:

“Que vos direi dos mundos de expiações que já não saibais, pois basta observeis o em que habitais?

A superioridade da inteligência, em grande número dos seus habitantes, indica que a Terra não é um mundo primitivo, destinado à encarnação dos Espíritos que acabaram de sair das mãos do Criador.

As qualidades inatas que eles trazem consigo constituem a prova de que já viveram e realizaram certo progresso.

Mas, também, os numerosos vícios a que se mostram propensos constituem o índice de grande imperfeição moral. Por isso os colocou Deus num mundo ingrato, para expiarem aí suas faltas, mediante penoso trabalho e misérias da vida, até que hajam merecido ascender a um planeta mais ditoso.”

Na vida moderna sobressai o amplo culto ao ego.

Ao longo das encarnações temos as oportunidades de, através das nossas escolhas, ou seja, através do exercício do livre-arbítrio, evoluirmos ou não.

E, como vemos, parece ser mais fácil viajar pelo imenso Universo ou mesmo encontrar a partícula primordial da vida do que desenvolver o amor que possibilitará o avanço moral tão necessário para que possamos evoluir, finalmente, para um mundo de regeneração.

Uma marca importante da fragilidade da evolução moral da humanidade é o cada vez mais amplo culto ao ego, ao personalismo.

Ela é observada com as pessoas buscando impressionar os outros através de objetos de consumo. E, hoje em dia, não basta a posse: além de ter é preciso mostrar que tem, para assim ser observado com admiração.

E assim, para obter esse reconhecimento, o indivíduo usa os bens materiais, promovendo um intenso movimento consumista. Mas este tem tomado o lugar dos relacionamentos e causado o vazio interior que se espalha como depressão e apatia.

Esse comportamento – e isso está patente no continente europeu – está provocando o afastamento das pessoas da espiritualidade e das religiões, como foi pregado por movimentos niilistas inspirados na obra do filósofo Nietzsche, onde a racionalidade deve prevalecer.

Como fazer parte do mundo que está amanhecendo no horizonte da humanidade.

Os nossos Amigos Espirituais dizem que no plano espiritual existem bilhões de espíritos aguardando uma oportunidade para reencarnar aqui na Terra. Uma nova vida para resgatar débitos e evoluir, quem sabe fazendo jus ao mundo de regeneração que está amanhecendo no horizonte da humanidade.

Antes que o nosso momento passe, aproveitemos para reavaliar todo o nosso modo de viver.

Nosso Mestre Jesus nos pede, simplesmente, que os nossos pensamentos, as nossas palavras e as nossas atitudes sejam pautadas pela moral.

Evitemos o egoísmo, o orgulho, a arrogância, a ganância, para nos tornarmos elegíveis a ser parte da transformação evolutiva de nosso planeta.

Além disso, para conquistarmos também a possibilidade de vivermos num mundo onde predominará o bem, a paz, a harmonia, não podemos fechar os olhos aos infortúnios que aí estão, à vista de todos os transeuntes: a dor, a solidão o abandono, a fome.

Afinal, não basta apenas não praticar o mal.

É preciso, como nos mostrou o Cristo, praticar o bem. Desmintamos Nietzsche, que disse que o último cristão morreu na cruz.

“Chamo-me Caridade, sou o caminho principal que conduz a Deus; segui-me, porque eu sou a meta a que vós todos deveis visar.” ²

José Batista de Carvalho

Fonte